Social Icons

twitter facebook rss feed email

13 de janeiro de 2012

A pequena indígena e as ações da FUNAI


Como foi comentado pelo GUIA CRITICA, há cerca de uma semana atrás, relatos que circulavam pela internet apontavam o assassinato brutal de uma criança indígena pertencente à tribo Awa-Guajá, que teria sido violentamente assassinada por madeireiros da região central do maranhão.

A história recebeu uma pequena movimentação na internet, que, como esperado, não se aproximou minimamente da mobilização sobre o Yorkshire morto ou o “sucesso” do cantor Michel Teló. Mas esta pequena movimentação garantiu uma investigação por parte da FUNAI.

A FUNAI deslocou três servidores para a região onde teria ocorrido o assassinato, para, assim, levantar mais informações sobre o caso. Consultando lideranças locais, a entidade disse não ter conseguido nenhuma confirmação sobre a morte da pequena Awa-Guajá. A FUNAI garantiu que em breve enviará uma equipe de Brasília, além de solicitar o apoio da Polícia Federal, para tentar confirmar a veracidade do que ocorreu na Internet.

Fico agora na dúvida sobre o que realmente pode estar por trás dessas notícias. Certamente foi um fato impactante, que causou revolta em muitas pessoas, inclusive ao autor deste post. Se alguém inventou tais fatos, deverá ser rastreado e processado judicialmente, por levantar uma denúncia de tal magnitude, causando o gasto da FUNAI nessas investigações.

Mas também fica a desconfiança. Poderia ser tal investigação da FUNAI apenas uma ferramenta para apaziguar e esconder o que realmente ocorreu. Os madeireiros mantêm um poder financeiro e político considerável naquela região, podendo facilmente acobertar uma ação dessa magnitude ou, até mesmo, comprar o silêncio daqueles que originalmente deslocaram-se para investigar ou ameaçar as tribos locais para mantê-las caladas sobre o ocorrido.

Também fica a crítica à Fundação Nacional do Índio. Segundo relatos da coordenadora do CIMI (Conselho Indígena Missionário), Rosimeire Diniz, os confrontos entre índios e madeireiros são frequentes, com território dos indígena sendo perdido pelo avanço das madeireiras, afetando suas subsistências. Relatos de invasão de tribos e espancamento de indígenas não são incomuns. Segundo Diniz, a FUNAI, mesmo com tais confrontos frequentes, não mantém nenhum representante ou órgão oficial na Região, deixando as tribos indígenas locais à mercê dos madeireiros. Apenas quando acontece alguma notícia com repercussão, a fundação envia operações para constatar a situação do local, mas essas nunca são mantidas.

Pergunto-me como o órgão criado para a defesa das tribos indígenas age dessa maneira. Ela deveria ser responsabilizada diretamente pelos fatos ocorridos na região, ao não prestar socorro, não cumprindo com a sua finalidade.

Enquanto isso, ficamos no aguardo de mais notícias sobre o suposto assassinado e na esperança de que, mesmo a notícia sendo falsa, a FUNAI mantenha e reforce as operações naquela área.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qualquer comentário com ofensas pessoais poderá ser apagados. Opine a vontade.