Como foi comentado pelo GUIA CRITICA, há cerca de uma semana atrás, relatos que circulavam pela internet apontavam o assassinato brutal de uma criança indígena pertencente à tribo
Awa-Guajá, que teria sido violentamente assassinada por madeireiros da região
central do maranhão.
A história
recebeu uma pequena movimentação na internet, que, como esperado, não se aproximou
minimamente da mobilização sobre o Yorkshire morto ou o “sucesso” do cantor
Michel Teló. Mas esta pequena movimentação garantiu uma investigação por parte da
FUNAI.
A FUNAI deslocou três servidores para a região onde teria ocorrido o assassinato, para,
assim, levantar mais informações sobre o caso. Consultando lideranças locais, a
entidade disse não ter conseguido nenhuma confirmação sobre a morte da pequena
Awa-Guajá. A FUNAI garantiu que em breve enviará uma equipe de Brasília, além
de solicitar o apoio da Polícia Federal, para tentar confirmar a veracidade do
que ocorreu na Internet.
Fico agora
na dúvida sobre o que realmente pode estar por trás dessas notícias. Certamente foi um fato
impactante, que causou revolta em muitas pessoas, inclusive ao autor deste post.
Se alguém inventou tais fatos, deverá ser rastreado e processado judicialmente,
por levantar uma denúncia de tal magnitude, causando o gasto da FUNAI nessas investigações.
Mas também
fica a desconfiança. Poderia ser tal investigação da FUNAI apenas uma
ferramenta para apaziguar e esconder o que realmente ocorreu. Os madeireiros
mantêm um poder financeiro e político considerável naquela região, podendo
facilmente acobertar uma ação dessa magnitude ou, até mesmo, comprar o
silêncio daqueles que originalmente deslocaram-se para investigar ou ameaçar as
tribos locais para mantê-las caladas sobre o ocorrido.
Também fica
a crítica à Fundação Nacional do Índio. Segundo relatos da coordenadora do CIMI
(Conselho Indígena Missionário), Rosimeire Diniz, os confrontos entre índios e
madeireiros são frequentes, com território dos indígena sendo perdido pelo avanço das madeireiras, afetando suas subsistências. Relatos de invasão de tribos e espancamento de indígenas não são incomuns. Segundo
Diniz, a FUNAI, mesmo com tais confrontos frequentes, não mantém nenhum
representante ou órgão oficial na Região, deixando as tribos indígenas locais à
mercê dos madeireiros. Apenas quando acontece alguma notícia com repercussão, a
fundação envia operações para constatar a situação do local, mas essas nunca são mantidas.
Pergunto-me
como o órgão criado para a defesa das tribos indígenas age dessa maneira. Ela
deveria ser responsabilizada diretamente pelos fatos ocorridos na região, ao não prestar socorro, não cumprindo com a sua finalidade.
Enquanto
isso, ficamos no aguardo de mais notícias sobre o suposto assassinado e na
esperança de que, mesmo a notícia sendo falsa, a FUNAI mantenha e reforce as
operações naquela área.
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