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5 de março de 2013

Explicações sobre o afastamento


Eu andei um tanto afastado do Guia Crítica nos últimos meses por vários motivos, mas espero retornar e não parar mais a partir desse momento.

Iniciei esse espaço como uma forma de extrapolar e exteriorizar coisas que eu penso constantemente sobre o mundo a minha volta, mas logo me senti desmotivado e aos poucos fui deixando esse espaço de lado. Deixei de falar, permaneci emudecido.


Muito me questionei sobre o que me desestimulava a escrever. Essas perguntas começaram a ser respondidas a partir do momento em que comecei a estagiar (na verdade fui apenas um dia) na minha área acadêmica: o Direito.

Após um dia, algo que me gerou ânimo, já me desestimulava completamente. Logo comecei a comparar com outras experiências que eu tive ultimamente. Eventos para os quais eu não estava tão animado para participar, mas acabou por chamar minha atenção e me deixar estimulado para isso. Cito aqui, para exemplo, um grupo de debates sobre feminismo do qual participo.

Mas nessa curta experiência de estágio, comecei a me perguntar também, o por que me senti tão desconfortável. A simbologia foi minha resposta. Simbologias extenuadas. A verdade é que sempre odiei trajes formais. No máximo gosto de usar uma roupa esportiva: camisetas com gola, calça jeans, etc. Já usei terno completo e presenciei a imponência que essa vestimenta traz consigo. Mas foi assim, com trajes esportivos, que eu compareci ao estágio.

É um trabalho voluntário organizado pela minha universidade, em que os alunos mediam e conciliam conversas entre pessoas de baixa-renda que enfrentam algum tipo de conflito, tentando fazê-los entrar em um acordo. Essa proximidade com pessoas simples foi o que me chamou a atenção nesse trabalho. Queria ter um contato com pessoas simples, conversar, buscar ser ouvido, ouvir, etc.

Mas minha primeira experiência foi desastrosa. Não participei diretamente de nenhuma conciliação, mas acabei conversando por poucos momentos com uma senhora e ela parecia tão a vontade comigo. Até que um companheiro de trabalho surgiu e logo a mulher mudou completamente sua conduta, parecendo, de certa forma, rebaixada. A diferença entre eu e esse companheiro? Apenas as nossas roupas.

A formalidade de uma roupa social acaba por gerar um efeito adverso ao que eu penso ser necessário, a tarefa primordial do meu curso, que é o de se aproximar de todos e tentar mudar a sociedade. O terno, para exemplificar, carrega consigo uma simbologia histórica completamente contrastante disso, servindo de um modo de divisor social, elevando aquele que o usa a um patamar acima do sujeito comum. Fato esse, que apenas acaba atrapalhando em toda a questão da qual eu falei acima.

E, para falar a verdade, eu não esperava um trabalho em trajes formais e a presença não só desse companheiro, mas de outros homens, também me causou uma sensação de desconforto comigo mesmo. Como se eu não pertencesse aquele local. Desde então, eu tento retornar novamente àquele trabalho, que acho tão importante, mas não consigo.

E isso se reflete nesse espaço. Por muito tempo, eu tentei fazer dele um espaço acadêmico, com observações e teorias de um ponto de vista crítico, mas literário. O revesti de formalidades e percebo agora que esse foi um erro que acabou por afastar o próprio criador e mantenedor dele.

Espero iniciar nova fase, publicando, em breve, uma resenha para a faculdade, que foi um dos fatores que me incentivou a voltar a utilizar esse espaço de compartilhamento das minhas ideais. Após várias resenhas e trabalhos, resolvi fazer algo experimental, utilizando outros elementos culturais para abordar a minha ideia, revestindo-a de "informalidade" acadêmica, ao recorrer à outros meios para abordar minhas idéias, tais como filmes e literatura fantástica, utilizando analogias para clarear o que eu preciso falar.

Ainda não sei o resultado acadêmica desse meu experimento, mas foi algo que me agradou e gostaria de compartilhar com quem quer que seja que se interesse por isso. Adoro falar, adoro compartilhar o que eu penso e fico feliz por novamente me sentir estimulado para fazer isso.

Gostaria de citar uma frase do personagem John Keating, do filme A Sociedade dos Poetas Mortos, que também se preza da informalidade que tanto busco, para terminar:

"Não importa ser simples. As vezes as mais belas poesias são sobre coisas simples... 

Abraços e até mais. =)

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