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2 de agosto de 2012

A INSERÇÃO DO JOVEM NA POLÍTICA


Jovens durante manifestação política em Itajaí - SC

A inserção do jovem na política sempre foi algo muito conflitante. Com a política sendo desfigurada várias vezes durante a nossa história, com escândalos diversos, a aproximação dela sempre foi vista com maus olhos. Era algo complicado e desinteressante para grande parte da população.

Durante a ditadura a política estudantil brasileira teve seu auge, com vários líderes atuais sendo provenientes desta época. Mas após esse momento de crise da liberdade nacional, a apatia pareceu tomar conta do país. Jovens não viam a política como algo interessante, preferindo utilizar sua energia em outras atividades. A falta de um objetivo para se lutar e o desmantelamento das organizações de políticas estudantis, que ruiu durante os anos, também foram grandes culpadas desse afastamento.

Mas nesta semana o TSE liberou uma contagem que mostra que o número de jovens entre 16 e 17 anos, que estarão aptos a votar, cresceu de maneira assombrosa, indo de 2,3 milhões nas eleições de 2010 para 2,9 milhões nas eleições desse ano. Com isso, os jovens entre 16 e 17 anos representam aproximadamente 2% do total de votos do país. Mas a que se deve esse aumento?

Um dos motivos possíveis é a reunião de jovens que ocorrem em redes sociais, como o Facebook, onde o movimento político, principalmente devido a greve das Universidades Federais e alguns escândalos políticos, atinge seu auge no momento atual. Não é raro vagarmos por alguma rede social e ver jovens debatendo política ou, ao menos, compartilhando pensamentos políticos.

A internet aparece como uma grande matriz de inicialização desse jovem na política, oferecendo, pela primeira vez na história do país, a oportunidade dele finalmente ter a sua opinião observada, avaliada e debatida. Durante esse ano tivemos várias demonstrações dessa mudança, como pôde ser observado durante as discussões do SOPA, PIPA e ACTA (projetos internacionais que visavam cercear a liberdade mundial e foram combatidos ao redor de todo o mundo, inclusive no Brasil) ou durante os movimentos da Wikileaks e do grupo Anonymous.

Mas esse maior envolvimento de jovens também oferece um grande risco. Ainda com sua mentalidade política em desenvolvimento e passíveis de manipulações políticas, sua inserção também pode demonstrar o forte avanço de alguns partidos e políticos em relação a movimentos políticos jovens.

O movimento estudantil hoje é vítima disso. Durante o auge do movimento, na ditadura, era quase impossível que um estudante tivesse envolvimento em política partidária por razões óbvias. Mas hoje vemos uma diferença gritante nesse aspecto. É quase impossível uma liderança política universitária não ter ao menos um de seus membros vinculados a algum partido político, por vezes até mesmo sendo eleito para um cargo político, como vereador ou deputado.

Com isso há uma grande influência na política estudantil que passa a tornar-se refém da política partidária, muitas vezes sendo manipulada para esse fim. Em lugar de termos uma política estudantil independente e lutando pelo seus direitos, temos uma política estudantil voltada ao poder político de algum partido a qual sua liderança é vinculada. E isso atinge diretamente o jovem.

Poderia contar um caso fictício ou não em que dois grupos que se enfrentavam em uma eleição para assumir a representação estudantil de uma certa universidade, entraram em confronto físico. Participando desse confronto, estavam vários jovens de uma escola local, que estariam acompanhando um dos lados em uma visita para conhecer a faculdade. Isso apenas para citar um exemplo.

Ao mesmo tempo que esse envolvimento do jovem é muito benéfico para a reestruturação do quadro político nacional, há de ser cuidadoso com o modo de sua inserção política, sob o risco de essa renovação apenas acarretar em mais do mesmo ou algo ainda pior.


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