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3 de julho de 2012

QUEM CONTROLA O PRESENTE, CONTROLA O PASSADO: A manipulação por meio da informação


Já dizia George Orwell: “Quem controla o passado controla o futuro”. Essa frase é verdadeira, e até benéfica em certo ponto de vista. Compreendendo que aquilo que hoje entendemos como presente será compreendido como passado um dia, nós podemos dizer que somos os controladores do passado do nosso futuro.

Difícil compreender? Basta olhar para as pessoas que viveram no nosso passado. Eles controlaram seu próprio presente e, com isso, moldaram o mundo em que vivemos hoje. Guerras, pestes, eleições, revoluções, etc. Todos os fatos passados influenciaram e ainda influenciam nosso presente.

Há uma continuação dessa frase de Orwell: “Quem controla o presente, controla o passado”. Não existe nada mais real do que essa frase. Quem controla a história, controla tudo o que existiu no passado. Quem controla a história consegue criar heróis e inimigos históricos a seu bel prazer.

D. Pedro I: Herói ou Playboy?
Gosto muito de utilizar Dom Pedro para exemplificar essa realidade. Nosso antigo imperador, traçado como herói em velhos livros de história. O homem que, às margens do Ipiranga, ousou gritar pela independência do nosso país. Por muito tempo essa foi a história que nos foi passada sobre este homem, fazendo-o parecer um herói sem falhas da literatura romântica. Mas estudos recentes de documentos e fatos históricos ousam desmistificar nosso primeiro imperador, demonstrando-o como um sujeito boêmio, sem vontade ou capacidade de governar, que entregou os afazeres provenientes do poder a José Bonifácio, e, ao contrário do relatado anteriormente, omisso com a escravidão, como outros tantos na época.

Dom Pedro pode ter sido um claro exemplo de manipulação, tanto favorável quanto contrária, já que não podemos atestar com clareza se a história contada atualmente é a real.

Atualmente vivemos na eminência da abertura dos documentos históricos da ditadura. Muitos desses podem não ter sua divulgação autorizada, graças a forças maiores que preferem que esse passado não exista. Eles apagam nossa história gradualmente, nos mantendo às escuras e sem nos deixar compreender realmente o que ocorreu para, assim então, definirmos nossos reais “heróis” e “vilões”, por mais fantasioso que esses termos possam ser.

E esse movimento de controle do passado tem adeptos. E adeptos poderosos. Há pouco tempo uma lei que defendia esse controle foi votada. Aprovada na Câmara dos Deputados, ela foi rejeitada no senado apenas devido a sua divulgação pública massiva, que comprometeu o voto de muitos desses senadores. Essa lei defendia o sigilo eterno para documentos considerados ultrassecretos, fazendo com que tais documentos jamais viessem a público.

Atualmente os documentos secretos tem um prazo de 50 anos até serem revelados. Um prazo abusivo, que se esconde sobre a desculpa da “segurança nacional”. Esse segredo faz com que aqueles no poder possam manipular o passado, criando fatos e ações não condizentes com a realidade e influenciando nosso presente em benefício próprio. Muitos movimentos absolutistas se amparam no sigilo de documentos oficiais.

Esse não é apenas um problema causado pelo governo, passando também pela nossa mídia. Profissionais em manipulação do passado próximo, nossos meios midiáticos podem criar e esconder fatos ao seu bel prazer, não tornando de conhecimento público acontecimentos importantes que poderiam influenciar no rumo do nosso país. As barbáries da invasão da Universidade de São Paulo e a falta de notícias sobre a greve das Universidades Federais são claros exemplos desse poder abusivo da nossa mídia.

Protesto de usuários de redes sociais contra o silêncio da mídia
perante a greve das Universidades Federais
Todos somos vítimas da manipulação e não ache que qualquer um de nós consiga escapar dela. Todos nós somos manipulados durante o tempo todo. Isso ocorre até mesmo de maneira não intencional, quando qualquer ideia é posta em evidência. A manipulação ocorre quando você esconde do seu filho que se separou do seu ex-marido motivado por traições e envolvimentos perigosos, criando uma realidade diferente da verdadeira e influenciando o sentimento que ele sente pelo pai, mesmo que isso seja uma ação de proteção a própria criança.

O único modo de combater a manipulação é criando reflexões. E a única forma de criar reflexões é colocando informações diferentes para serem debatidas, exercitando o livre pensamento de cada um de nós..

Necessitamos de uma veiculação mais democrática de informação. A internet caminha rumo a esse horizonte, criando vários canais de comunicação que permitem que qualquer um possa comparar fatos e ideias sobre fatos. Mas o alcance ainda é algo muito pequeno. Necessitamos que a massa seja atingida, mas com três ou quatro canais de televisão e dois ou três jornais impressos alcançando grande parte da nossa população, torna-se impossível algo assim ocorrer.

Ficaremos reféns de manipulações impostas por todos os lados, a menos que esse panorama modifique-se. Como modifica-lo?  Esse é o grande desafio da nossa sociedade atual, foi o grande desafio da sociedade do passado e, se nada for feito, será o grande desafio da sociedade futura.



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