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8 de julho de 2012

O CONFLITO ENTRE A IGUALDADE E A LIBERDADE. A NOSSA RESPONSABILIDADE.

Liberdade, Igualdade e Fraternidade: os ideais esquecidos da revolução francesa
Um grande conflito percorreu o século 20 inteiro e ainda hoje continua fazendo filósofos questionarem-se constantemente. Liberdade e Igualdade representaram a grande luta, inclusive armada, do século passado, reconhecido como o século dos extremos entre democracia e comunismo.

Mesmo com democracia e comunismo podendo conviver pacificamente em uma mesma sociedade, já que um representa um sistema político e o outro um sistema econômico, o totalitarismo que cercou o comunismo durante o último século acabou por correlacionar-se erroneamente com o comunismo, que foi taxado o mal da humanidade junto com o socialismo, quando na verdade o adversário natural de ambos é o capitalismo.

Durante a Guerra fria esse conflito entre capitalismo e socialismo tornou-se constante, com EUA e URSS se confrontando de maneira indireta durante mais de 5 décadas. Ambas representando um dos lados do conflito citado anteriormente, com os estadunidenses defendendo seus ideais de liberdade, enquanto os soviéticos defendiam a igualdade acima de tudo.

Ignorando os erros cometidos por ambos os governos, que sempre acabaram por prostituir ambos os elementos essenciais à humanidade, podemos concluir que o conflito foi vencido pela liberdade, principalmente por propiciar um sistema mais forte economicamente, deixando a igualdade de lado.

Hoje vivemos em um mundo em que a igualdade é inexistente. Enquanto alguns vivem com o desperdício constante, outros vivem com a escassez de bens básicos, como a alimentação, em alguns países latino-americanos e Africanos, para citar exemplos. Até mesmo dentro de regiões sob a mesma soberania, ocorre essa discrepância de realidade. É algo muito fácil de se observar em um país como o Brasil.

A desigualdade é tamanha, que nos faz perguntar se prezar pela igualdade não seria melhor. Mas, sempre que se fala em prezar pela igualdade, surge automaticamente o medo do totalitarismo, da extinção da liberdade. Me enojaria mais do que tudo, ter que ver isso enquanto estou vivo. Uma ditadura 2.0 não seria a solução para nada e apenas traria vários horrores de volta, que devem ser deixados no passado.

Eduard Bernstein, o principal pensador
da social-democracia
Mas então qual seria a solução para isso? Necessitamos encontrar um modo de balancear a liberdade e a igualdade. Foi pensando nisso que o alemão Eduard Bernstein elaborou a socialdemocracia, que talvez seja o sistema de governo com a implementação mais complicada entre todos os já pensados pela humanidade. Até agora poucos países do mundo conseguiram implantar tal sistema com algum sucesso, como a Noruega e a Suécia, por exemplo. E não precisamos destruir nosso sistema econômico. Apenas modificá-lo. Podemos viver sob logotipos, vendo esses logotipos respeitarem-se mutuamente e, principalmente, nos respeitando.

Em um país como o Brasil, a aplicação imediata da socialdemocracia é completamente impossível. Poderemos implantá-la no futuro, sem dúvidas. Mas para isso mudanças drásticas são necessárias. A primeira delas é a implementação de uma reforma agrária no nosso país. Mas ainda observamos isso como um atentado contra a propriedade privada. Enquanto nós não tivermos a capacidade de perceber a importância de se priorizar a sociedade em lugar do indivíduo, não iremos a lugar nenhuma. Com 90% das Terras brasileiras nas mãos de 10% da população, torna-se impossível a implementação de um sistema como a socialdemocracia em nosso país, pois a igualdade jamais seria alcançada.

O segundo passo seria a diminuição drástica dos gastos com a máquina pública. Acabar com o superfaturamento de obras, diminuir os salários exorbitantes recebidos por nossos políticos e diminuir drasticamente a corrupção são coisas consideradas improváveis, mas não impossíveis. Tudo isso pode ser modificado no voto. Abaixo há um vídeo já famoso sobre os gastos com máquina pública da Suécia.


Mas, infelizmente, nosso país não preocupa-se em disponibilizar uma educação política de qualidade para a população do nosso país. Então isso fica a par de você. Se você está lendo esse texto, tem o dever de se comprometer a ensinar o próximo. Pegar aquela pessoa sem nenhum conhecimento sobre política e atualizá-la sobre o mundo em que vivemos. Se o governo não faz algo, é nossa responsabilidade fazer.

Apenas assim nós poderemos priorizar a igualdade e a liberdade em uma balança igual. Elas podem sim conviver juntas, basta um pouco de educação. Basta um pouco de conversa e conscientização. Não espere o próximo fazer isso. É um dever seu como cidadão, se deseja mesmo mudar algo e parar de reclamar sobre o país.

Sem educação, qualquer tipo de protesto ou passeata, torna-se inútil, pois transmutada pelos donos da mídia em benefício próprio. Nenhum protesto chegará aos ouvidos daqueles que necessitam escutar e, caso chegue, serão compreendidos apenas como gritos e cartazes vazios. Nada mais do que isso. As eleições estão aí. Nunca é tarde para começar uma reeducação de povo para povo em nosso país.

Nós temos diversos partidos políticos que se consideram sociais-democratas. Não dúvido da existência de ideais realmente sociais democratas no cerne desses partidos em algum momento da história. Mas concordemos: a filosofia partidária está morta há anos. Lula unindo-se com Sarney, Collor e Malluf? O prefeito de São Paulo, do Partido Social Democrático (PSD), querendo banir a doação de alimentos para moradores de rua? A filosofia partidária está morta há anos, se é que tenha existido em algum momento, e precisamos perceber isso e deixar as guerrinhas e intrigas partidárias no passado. Precisamos rumar para um novo futuro.

Liberdade, igualdade e fraternidade ainda são termos esquecidos nos velhos papéis da revolução francesa. Apenas a nossa própria força pode transformar tais papéis em realidade.


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