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O cartunista, Diogo Salles capturou muito bem a situação de Dilma Roussef, sendo pressionada por ambos os lados |
O código, como havia sido aprovado pela câmara, não distinguiria, de maneira eficaz, o pequeno do médio agricultor, além disso, ainda anistiaria fazendeiros que cometeram crimes ambientais anteriores à lei.
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O protesto popular em favor do código, contou com o apoio de famosos como o ator, Wagner Moura |
O DEM (Democratas), já anunciou que entrará com uma nova ação junto ao STF pedindo a inconstitucionalidade dessas MP, pois ela legislaria sobre matéria já legislada pela câmara, devendo, antes de sua promulgação, aguardar que os vetos fossem aceitos ou rejeitados pela câmara. O partido parece estar “viciado” em entrar com ações contra o governo, tentando fazer o máximo de barulho possível para crescer nas camadas mais conservadoras do Brasil (algo bizarro, quando comparado aos Democratas estadunidenses). Há pouco tempo tiveram 3 ações de inconstitucionalidade julgadas: sobre o sistema de cotas raciais, contra o sistema de cotas do PROUNI e contra a criação do Instituto Chico Mendes, por meio de MP, o que por pouco não gerou um caos no sistema de leis brasileiro. Todas as ações foram perdidas, mas ainda parece-me que eles continuam querendo fazer apenas barulho, como uma criança chorona querendo aparece a qualquer custo.
A bancada ruralista apenas defende seus interesses, sem uma grande preocupação com o nosso futuro. Talvez esse imediatismo esteja no nosso cerne, temos dificuldade em pensar a longo prazo. As medidas de Dilma são necessárias para contê-los e não deixar que nossa política seja regida apenas pelo aspecto financeiro. Talvez tenhamos uma diminuição na nossa indústria agrícola e pecuária, mas essa diminuição afetará principalmente os grandes agricultores, graças a melhor diferenciação entre as áreas que deverão ser reflorestadas, de acordo com o tamanho do terreno.
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Até mesmo o personagem Chico Bento, do ilustrador e escritor, Maurício de Souza, foi utilizado nos protestos |
Outro ponto bem abordado por Dilma, por meio da MP que será promulgada na segunda feira, foi a eliminação da anistia que ocorreria no setor. Agora os agricultores que desrespeitarem lei ambiental, ficarão impossibilitados de conseguir empréstimos e subsídios públicos, o que pode afetar sua produção, criando ao menos alguma punição. Ainda é muito pouco, tendo em vista o histórico de desmatamento brasileiro. Necessitamos de uma punição mais severa contra esses agricultores, já que essa parece ser, infelizmente, a única maneira eficaz de ação atualmente.
Ainda necessitamos aguardar a aceitação ou rejeição dos vetos pelo congresso, algo que me parece improvável, tendo em vista a união entre a bancada ruralista e a evangélica, que praticam trocas favores ocasionalmente. Mas dificilmente o Senado aprovará a câmara, se ela tomar tal rumo, ainda mais depois da “traição” ocorrida quando a câmara descumpriu seu acordo e modificou o texto do Código Florestal aprovado pelos senadores.
Particularmente, esperava mais de Dilma. Esperava o veto total ao novo código, que apresentou corrupções e contradições desde o início, graças à força e ao lobby dos ruralistas. A presidenta optou pelo caminho mais seguro, mas não pelo mais correto, já que o meio ambiente é um interesse geral e não apenas de uma parcela da população. Todos deveriam participar da construção desse código.
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