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29 de abril de 2012

Ensino de São Paulo e as ETEC's


As ETEC’s (Escolas Técnicas Estaduais) representam a excelência da educação regular pública no estado de São Paulo. Elas são administradas pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, também responsável pelas FATEC’s (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo).

O Centro Paula Souza, existente desde a década de 60, é ligado à Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo. Mas, mesmo tendo essa ligação com uma secretária ligada a tecnologia, administra o ensino médio regular, por meio de seus “vestibulinhos”.

Não raramente, as Escolas Técnicas são utilizadas como ferramentas úteis durante as eleições para a manutenção do governo do PSDB no Estado de São Paulo, graças a sua excelência de ensino.

A sua qualidade de ensino é imbatível quando comparada a outras instituições públicas de educação que oferecem o ensino médio.

               Sendo considerada a excelência em ensino no nosso estado, por que esse modelo não pode ser aplicado em todo o sistema de ensino do estado, acabando por prestigiar apenas um pequeno grupo - que chamarei de “elite” apenas para a diferenciação necessária?

Ao discutir isso pelo Twitter, recebi a seguinte mensagem:


“sinistramente não concordo! Devem existir níveis de ensino! Que todos sejam de qualidade, mas não iguais!”


Concordo com a parte em que diz que todos devem ser de qualidade, mas qual o interesse em manter essa diferenciação nos níveis de ensino? Por que não podemos dar oportunidades iguais a todos? Talvez para manter a nata da velha elite sempre no poder, com poucas mudanças e acostumar a nossa população com a desigualdade?

Também necessito falar algo sobre os “vestibulinhos”. Eles selecionam os estudantes que frequentarão o ensino médio nas ETEC’s e isto se apresenta como outro motivo para a excelência dessas ETEC’s, pois ela seleciona a elite dos estudantes do ensino fundamental, em sua maioria, de baixa qualidade. E é interessante perceber o quanto essa elite estudantil se confunde com a nossa velha elite econômica. Posso me considerar um sujeito bem afortunado e com sorte, pois tive quase tudo o que eu quis – em matéria econômica -, mas, ainda assim, me consideraria um dos mais “pobres” que frequentaram uma dessas instituições de ensino na época em que lá estudei.

Adorei aquele lugar e aprendi muito lá, mas não consigo concordar com seu exclusivismo. Parece ser apenas mais um modo de diferenciar a educação e fazer com que a velha elite obtenha as melhores oportunidades em detrimento a grande maioria da nossa população.

Quando falo dos “vestibulinhos”, é difícil não me ater aos números. Não tenho os dados oficiais sobre o número de estudantes no último ano do ensino fundamental em nosso Estado, mas, retornando à época em que estudei nesse sistema, fui um dos 200 que conseguiram passar nesse Vestibulinho, entre 2500 estudantes que tentaram tal proeza. Com isso, tivemos ainda 2300 estudantes abandonados no péssimo ensino médio comum.

Alguns ainda dizem que eles deveriam ter estudado mais para passar e foi azar deles. Será isso mesmo? E então a solução para esses que “deveriam ter estudado mais” é mantê-los em um ensino médio de baixa qualidade (com as devidas exceções, é lógico)? As oportunidades oferecidas foram completamente diferentes e, sendo o ensino médio das ETEC’s o único que consegue se equiparar aos resultados do ensino privado, torna-se lamentável e revoltante assistir tal situação.

No fim, ocorre o a mesma situação que acaba acontecendo também nas instituições públicas de ensino superior, em que a grande maioria das vagas, acaba indo para a velha elite, proveniente dessas ETEC’s ou escolas particulares. E quando o governo federal tenta equiparar essa disparidade de ensino, proveniente do sistema estadual que cuida do nosso ensino médio, ainda há aqueles que dizem que ele está prejudicando aqueles que tiveram "mérito" para adentrar essas universidades.

Faça-me o favor, né?


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