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28 de abril de 2012

Dia da Educação


Hoje acordei pensando sobre o que escrever no dia da educação. Uma indagação difícil. Eu poderia dissertar sobre a história da educação, a situação da educação no Brasil, a importância da educação, entre outros assuntos sobre o tema. Mas sinto que eu não adicionaria muito para a mente das poucas pessoas que leem esse meu espaço na internet, por já ser algo intrínseco dentro do nosso conhecimento. Então preferi escrever algo pessoal voltado apenas à minha experiência educacional. Sim. É mais ou menos isso, leitor. Usarei esse espaço para falar sobre a minha curta história, então, caso esteja com sono ou entediado, creio a sua melhor decisão será fechar esta página.

Minha experiência educacional formal começou realmente aos sete anos, quando tive um real contato com a língua portuguesa escrita, em meu primeiro ano de ensino fundamental. Acredito que tenha sido até muito tarde, o que me faz defender que o ensino básico comece mais cedo para as crianças no futuro.

Eu demorei um pouco mais que o resto da minha sala para começar a escrever e ler. Acredito que tal atraso tenha sido graças a minha falta de atenção que me persegue até hoje em alguns momentos. Mas quando finalmente venci as primeiras barreiras, eu assustava a minha mãe e amigos da família com a velocidade em que lia jornais e textos, algumas semanas depois.

Então aos nove anos começou meu interesse por literatura. Nessa época devorei grande parte da literatura infantil que a pequena biblioteca da minha sala oferecia, além de alguns livros existentes na minha residência.

A literatura foi um universo novo que se abriu aos meus olhos. Confesso que eu não tinha a vida mais saudável possível para uma criança. Meu pai já havia saído de casa e era uma presença inconstante e minha mãe trabalhava muito, visando minha criação e a dos meus dois irmãos mais velhos. Além disso, eu ainda enfrentava uma forte barreira dentro da escola, proveniente de alguns colegas de classe que não tinham uma grande afeição pela pessoa que vos escreve. A literatura era a minha fuga, era a parede que dividia a minha mente do mundo complicado a minha volta.

Logo eu comecei a me sobressair no âmbito escolar, ganhando algumas medalhas em olimpíadas educacionais e me transformando, junto com um grande amigo, nos espelhos da minha escola dentro de nossa faixa etária. Isso não facilitou as coisas para mim, percebi que as pessoas não costumavam ser muito "amigáveis" com aqueles que se sobressaem durante a infância, pelo menos.

A partir da oitava série do ensino fundamental, talvez por auto conservação, eu simplesmente abandonei minha vida escolar. Passei a me dedicar cada vez menos aos estudos formais. Com isso concluo hoje que cada vez mais devemos preparar nossos educadores para enfrentar e barrar as perseguições que ocorrem em escolas, pois elas podem acabar gerando um resultado terrível dentro da mente de uma criança, como eu era naquela época.

Então fui para o ensino médio, utilizando toda a minha força cerebral com o intuito de mudar de escola. Consegui e acabei conseguindo matrícula na melhor escola pública da cidade. Lá eu modifiquei completamente minha imagem. Passei a ser o aluno rebelde, preguiçoso, com presença inconstante em salas de aula, mas com potencial para ser genial, segundo uma amiga me disse na época enquanto suplicava para que eu me esforçasse um pouco.

Se aquela fosse outra escola , creio que meu futuro estaria perdido nesse momento. Mas tive a sorte de ser uma escola completamente diferente do convencional. Mesmo eu sendo inconstante no ensino formal, ela conseguiu me oferecer um grande ensino informal. Os amigos que tive próximos foram fenomenais. Discussões sobre política, literatura e atualidades eram rotineiras, entre um belo grupo de adolescentes, no pátio daquela escola. Além disso, ainda tive uma pessoa importante que, principalmente no meu último ano na escola, senti que demonstrava confiança em mim e conseguiu me dar uma grande força. É a única pessoa que nomearei nesse texto, já que em breve se tornará uma pessoa pública e não vejo problema em fazê-lo. Obrigado, Alexandre Gibim.

Ele, e outros professores da mesma escola, foram verdadeiros educadores acima de tudo. Hoje eu devo tudo àquele lugar, que considero meu segundo lar. Meus sensos políticos e filantrópicos foram despertados naquele local durantes as gincanas que ocorriam e quase sempre iam para o âmbito beneficiente, com arrecadação de doações. E eu apenas tenho a agradecer e desejar que cada vez mais esse ensino, hoje considerado informal, seja introduzido nas escolas. O ensino de sociologia e filosofia, ao contrário do que diz a Veja, são essenciais para moldar nosso país, assim como o incentivo a discussões políticas, sociais e sobre atualidades.

Hoje eu curso o segundo semestre em direito, talvez não na melhor universidade do mundo, mas em um local que eu começo a encarar como meu lar também e consigo ver um rascunho de um grande futuro que eu posso vir a ter.. Espero me formar e adquirir a educação necessária para deixar minha marca no mundo. Graças a educação, talvez mais informal do que formal, hoje sinto que tenho a possibilidade de não ser apenas mais um que passará pela vida e será esquecido, mas alguém que causará alguma mudança no mundo. Veremos se isso se concretiza.

Obrigado e Feliz dia da educação!

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