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Hitler (esquerda) recebendo o cargo de Chanceler das mãos de Hiddenburg (direita), sob os olhos atentos do público. |
Nos anos 30 a Europa vivia um período de grande crise, que
se seguia à quebra da bolsa em 1929. O dinheiro que os estadunidenses
investiram na reconstrução da Europa após a primeira guerra mundial começou a
ser resgatado desesperadamente, enquanto os investidores viam suas fortunas
investidas em Wall Street desaparecerem. A única salvação visível era o resgate
do dinheiro investido na Europa.
Esse clima de recessão tomou uma dimensão maior nos países
que foram derrotados durante a primeira Guerra, principalmente a Alemanha que,
quebrada e endividada pelo tratado de Versalhes (espólio de guerra), necessitava
desses investimentos para propiciar sua própria reconstrução e crescimento.
Durando o fim dos anos 20, a Alemanha observou um
crescimento econômico considerável, graças aos investidores estadunidenses, que
observavam nas necessidades alemãs uma forte possibilidade de lucro. Mas então
com a quebra da bolsa, a Alemanha foi tomada novamente pela crise.
O NSDAP, partido de Hitler, que estava enfraquecido devido, entre outras coisas, à tentativa do golpe em 1923, observou aquilo como uma oportunidade de crescimento.
Quando observamos a humanidade, torna-se claro que o ódio
tende a diminuir enquanto as necessidades materiais são saciadas. Percebendo
isso, percebemos também que enquanto a economia alemã cresceu, durante o final
da década de 20, os sentimentos de revanchismo pós-guerra, o antissemitismo, o
racismo e a xenofobia mantiveram-se controladas. Mas a quebra de 29 afundou
novamente os alemães em uma crise econômica de grandes proporções, trazendo,
com isso, os velhos sentimentos de volta.
O NSDAP conseguiu tirar proveito dessa crise, elevando-se de
poucas cadeiras no parlamento, para um nível considerável de parlamentares. Com
discursos extremistas, ela promete a ascensão econômica ao povo alemão.
Hiddenburg, então presidente sem partido da Alemanha, observou isso e, para
utilizar o crescimento de Hitler em seu favor, já que não tinha um partido que
o representa-se no parlamento e enfrentava dificuldades políticos por conta
disso, trouxe-o para o seu lado, nomeando-o chanceler (equivalente ao nosso
Ministro da Casa Civil) em 1933.
Hitler recebe do então presidente Hiddenburg poderes quase
ilimitados para lidar com os assuntos de governo. Então Hiddenburg morre e Hitler
utiliza o grande poder propiciado pela crise para nomear-se líder supremo, sob
a denominação de Fuhrer (um termo alemão já utilizado e de grande popularidade
junto às massas).
Cabe frisar a aparente semelhança econômica entre a ascensão
do NSDAP de Hitler com a situação que vivemos hoje em países como a Grécia,
Espanha e Portugal, que também podem propiciar um largo crescimento de
ideologias extremistas, que prometam proteger os cidadãos. Isso já começa a
acontecer na Grécia, ocasionando, na minha visão, um grande risco nos próximos
anos.
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