Social Icons

twitter facebook rss feed email

16 de fevereiro de 2012

Partidarismo e "amizadorismo"


Dentro de debates políticos, é muito comum a observância de pessoas defendendo certo partido político. Por vezes personificando esse partido a um nível extremo e com a crença cega e total em qualquer decisão política do partido defendido. É algo muito comum.

No outro lado, vemos o efeito contrário. Pessoas que nutrem um ódio por outro partido político e, por vezes, demonizam esse, sem importar-se minimamente se as ações propostas por tal partido são benignas ou nocivas dentro de suas visões. Também é algo muito comum.

Em ambos os casos, temos a presença da irracionalidade causada por um preconceito, tendo em primazia a presença de um forte aspecto emocional cegando-as. Para essas pessoas não há importância sobre os benefícios e malefícios causados pela ação política. Dois partidos podem praticar ações idênticas, mas um será amado e o outro odiado.

Isso também ocorre com pessoas. Cansei-me de vislumbrar o ódio que alguns nutrem pelo ex-presidente Lula ou pelo ex-presidente FHC. Não importa se o plano monetário de um ou as ações sociais de outro causaram grandes melhorias na vida e economia pública. Não importa se podemos considerar o governo de Luís Inácio como uma continuação (voltada mais para o lado social) de FHC. Observando algumas nuances, podemos até crer que o mandato de Lula foi muito mais parecido com o de FHC do que o mandato da atual presidente com o de Luís. Isso não importa para muitos.

Ou mesmo se percebemos que na maior parte das ações o governo Dilma é uma continuidade do governo Lula, também poderemos perceber que a atual presidente acaba por receber críticas muito menores do que as recebidas pelo antigo presidente. Mas isso parte do outro lado também, com Lula sendo endeusado por alguns setores da sociedade.
Todos os políticos cometem erros. Alguns simplesmente por inabilidade e outros por mau caráter. Mas também podemos afirmar que todo político também comete muitos acertos ou, então, o Brasil não se encontraria na situação que muitos consideram como confortável hoje. Conseguindo um bom crescimento enquanto luta contra a inflação e consegue manter-se afastado da crise econômica que abala o mundo.

Mas, retornando ao assunto, essa atitude chamada por muitos de partidarismo, acaba tornando-se um fator importante da política, causando certo conforto – que não deveria existir – em alguns políticos por saberem que, não importa quais erros cometam, seja por inabilidade ou mau caráter, ainda terão seus fiéis seguidores, que o garantirão em uma próxima eleição.

O mundo é feito por opiniões diferentes e a arte do contraditório pode ser considerada a obra-prima dentro desse mundo. O contraditório partidário é belíssimo, mas o contraditório apartidário, sem a existência de lado pré-concebido de opinião, mas com a simples observância de uma atitude e sua visão sobre ela, torna-se ainda mais belo, por traçar ao mundo a sua visão sem, com isso, tornar-se dependente de uma figura partidária personificada.

Mas talvez isso seja uma característica humana irreversível. Acontece muitas vezes com amizades, quando um amigo se sujeita aos erros do outro apenas levando em consideração a amizade, esquecendo-se dos males que podem ser causados por tais erros. Assim como o contrário acontece, quando um inimigo comete um grande acerto, mas tal é negligenciado e até combatido, sem importar-se com os benefícios desse acerto. Isso é o que eu chamo de “amizadorismo”, tomando a liberdade de criar uma neologia por não encontrar outra palavra adequada para tal definição. Se essa é uma característica irreversível ou não, eu não sei, mas espero realmente que seja apenas mais um defeito cultural humano a ser combatido e eliminado futuramente, pois ele apenas atrapalha a evolução gradual da nossa espécie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qualquer comentário com ofensas pessoais poderá ser apagados. Opine a vontade.