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27 de abril de 2012

O perigo criado pelas igrejas dentro do congresso nacional


               Ressalto primeiramente que compreendo que as nossas escolhas políticas são reflexos da nossa população, mas também lembro que o inverso também é verdadeiro. Nosso povo é reflexo das nossas escolhas políticas.


               As bancadas religiosas no congresso nacional parecem ganhar mais força a cada momento e se transformam em grandes problemas para a  liberdade da nossa sociedade. Essa liberdade acaba sendo cerceada por ensinamentos antigos que nem sempre são, e nem devem ser, seguidos pelo total de nossa população.

               A religião, hoje, deve ser encarada como algo pessoal. É comum que uma pessoa tente passar seus valores morais ao próximo. Essa tentativa é algo normal dentro da índole humana que desde sempre evolui por base de ensinamentos passados ao seu igual e depois aprimorados, seguindo um caminho de crescimento intelectual e tecnológico. Mas não é o que ocorre quando você dá a uma pessoa o poder para criar uma conduta padrão obrigacional, que, por si só, acaba atropelando direitos individuais.

               Utilizando um exemplo, temos o tema discutido, e hoje já demonstrando existência material, que é o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Compreendo que a grande parte das religiões condena esse comportamento, rejeitando-o dentro de suas bases morais e religiosas. Mas quando ocorre de essa religião alcançar o poder e pregar pela proibição desse direito individual, é algo altamente perigoso. Elas acabam exercendo um poder fascista, impondo sua moral religiosa a uma população inteira, onde parte dela opta por não seguir tal caminho moral, preferindo morais religiosas de outro segmento ou morais puramente filosóficas.

               Entendo a necessidade de grupos religiosos terem seus representantes nas decisões estatais. A democracia é o livre exercício do poder do povo e esses grupos formam parte desse povo e tem o interesse em se proteger de decisões arbitrárias que possam vir a existir de outras partes. Mas há de existir muito cuidado no exercício desse poder.

               Em outras eras já tivemos que enfrentar a imposição moral de um grupo, o que causou as piores catástrofes artificiais e atrasos dentro da história da humanidade. Ocorreu com o nazismo alemão, com o fascismo italiano, com o comunismo arbitrário em vários países do mundo, com as ditaduras sul-americanas e africanas, entre outros, tendo como maior exemplo os eventos idade média em que vivemos séculos sob a imposição moral-religiosa da Igreja Católica. Foram todos períodos horríveis na história da humanidade e temos que tomar um cuidado imenso para que isso não volte a se repetir.

               Volto a afirmar que o convencimento faz parte da índole natural humana, mas ele sempre deve ser feito por base em argumentações e não de imposições.

               Temos que tomar muito cuidado ao conceder poder político àqueles que não têm a mínima noção sobre a responsabilidade que esse poder trás. Como dizia uma antiga história infante-adolescente: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Infelizmente nossas bancadas religiosas no poder legislativo, que ganham mais poder a cada momento, não utilizam seu poder com responsabilidade e ainda tentam fazê-lo aumentar ao criar um projeto de emenda constitucional que visa atropelar as atividades do nosso poder judiciário e transformar o congresso em uma superpotência com poderes excedentes à sua competência, destruindo o frágil equilíbrio formado pelas teorias de Montesquieu da tripartição de poderes. E sabemos muito bem o risco que se toma ao concentrar poder em dentro de uma pessoa ou grupo. Essa emenda tenta criar uma autarquia à nível nacional dentro do Brasil

               A política deve ser moldada pela ciência e a moral filosófica criada pela mente humana e não pelos ensinamentos enigmáticos de um velho livro, que já encontra-se atrasado e em conflito com a realidade da nossa época.

3 comentários:

  1. gozado essa coluna fazer tais acusações , sobre um grupo, pq vc nao tenta ver de outro lado, pq temos que aceitar esse tipo de comportamento, se nao somos a favor respeitem nossa opiniao,

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  2. Se você leu corretamente meu texto, saiba que eu aceito sua opinião e o fato de quererem que ela seja respeitada e passada. Mas essa frase exemplifica tudo o que quis dizer com ele:

    "Volto a afirmar que o convencimento faz parte da índole natural humana, mas ele sempre deve ser feito por base em argumentações e não de imposições."

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  3. Antes de que alguém venha me atacar dizendo que sou um ateu e irei queimar no 'mármore' do inferno, acredito em deus, mas não em livros velhos, escrito por pessoas e ainda com erros de tradução muito questionáveis. Quero dizer que foi um excelente texto, bem escrito, com umas e outras ressalvas, mas nada que tire o brilho e a linha de raciocínio, continue assim... Em resposta ao outro anônimo, eu não gosto da ideia de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas isso é uma escolha delas, a unica coisa que eu posso fazer é desejar que sejam felizes, eu sei do que eu gosto, se o gosto da pessoas x não é o mesmo que o meu e ela mesmo assim me respeita, ela, tem igual direito ao respeito. São preconceitos tolos, causados por ideias ultrapassadas, que deixam as pessoas mais distantes do caminho 'correto'(se você pensa que vai pro céu demonstrando ser um santo para com as pessoas a sua volta e um monstro preconceituoso por dentro, esta bem enganado). Se mais pessoas pensassem dessa maneira, que de fato respeitando para serem respeitadas, o mundo seria melhor para se viver.

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