Ressalto primeiramente que
compreendo que as nossas escolhas políticas são reflexos da nossa população,
mas também lembro que o inverso também é verdadeiro. Nosso povo é reflexo das
nossas escolhas políticas.
As
bancadas religiosas no congresso nacional parecem ganhar mais força a cada
momento e se transformam em grandes problemas para a liberdade da nossa sociedade. Essa
liberdade acaba sendo cerceada por ensinamentos antigos que nem sempre são, e nem devem ser, seguidos pelo
total de nossa população.
A religião,
hoje, deve ser encarada como algo pessoal. É comum que uma pessoa tente passar seus
valores morais ao próximo. Essa tentativa é algo normal dentro da índole humana que
desde sempre evolui por base de ensinamentos passados ao seu igual e depois
aprimorados, seguindo um caminho de crescimento intelectual e tecnológico. Mas não é
o que ocorre quando você dá a uma pessoa o poder para criar uma conduta padrão
obrigacional, que, por si só, acaba atropelando direitos individuais.
Utilizando
um exemplo, temos o tema discutido, e hoje já demonstrando existência material, que é o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Compreendo que a grande parte das
religiões condena esse comportamento, rejeitando-o dentro de suas bases morais
e religiosas. Mas quando ocorre de essa religião alcançar o poder e pregar pela
proibição desse direito individual, é algo altamente perigoso. Elas acabam exercendo um
poder fascista, impondo sua moral religiosa a uma população inteira, onde parte
dela opta por não seguir tal caminho moral, preferindo morais religiosas de outro segmento ou morais puramente filosóficas.
Entendo
a necessidade de grupos religiosos terem seus representantes nas decisões
estatais. A democracia é o livre exercício do poder do povo e esses grupos formam parte desse povo e tem o interesse em se proteger de decisões arbitrárias que possam vir a existir de outras partes. Mas há de existir muito cuidado no
exercício desse poder.
Em
outras eras já tivemos que enfrentar a imposição moral de um grupo, o que
causou as piores catástrofes artificiais e atrasos dentro da história da humanidade. Ocorreu
com o nazismo alemão, com o fascismo italiano, com o comunismo arbitrário em
vários países do mundo, com as ditaduras sul-americanas e africanas, entre outros, tendo
como maior exemplo os eventos idade média em que vivemos séculos sob a imposição
moral-religiosa da Igreja Católica. Foram todos períodos horríveis na história da
humanidade e temos que tomar um cuidado imenso para que isso não volte a se
repetir.
Volto a
afirmar que o convencimento faz parte da índole natural humana, mas ele sempre
deve ser feito por base em argumentações e não de imposições.
Temos
que tomar muito cuidado ao conceder poder político àqueles que não têm a mínima
noção sobre a responsabilidade que esse poder trás. Como dizia uma antiga história infante-adolescente: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.
Infelizmente nossas bancadas religiosas no poder legislativo, que ganham mais
poder a cada momento, não utilizam seu poder com responsabilidade e ainda
tentam fazê-lo aumentar ao criar um projeto de emenda constitucional que visa
atropelar as atividades do nosso poder judiciário e transformar o congresso em
uma superpotência com poderes excedentes à sua competência, destruindo o frágil equilíbrio formado pelas
teorias de Montesquieu da tripartição de poderes. E sabemos muito bem o risco que se toma ao concentrar poder em dentro de uma pessoa ou grupo. Essa emenda tenta criar uma autarquia à nível nacional dentro do Brasil
A
política deve ser moldada pela ciência e a moral filosófica criada pela mente
humana e não pelos ensinamentos enigmáticos de um velho livro, que já
encontra-se atrasado e em conflito com a realidade da nossa época.
gozado essa coluna fazer tais acusações , sobre um grupo, pq vc nao tenta ver de outro lado, pq temos que aceitar esse tipo de comportamento, se nao somos a favor respeitem nossa opiniao,
ResponderExcluirSe você leu corretamente meu texto, saiba que eu aceito sua opinião e o fato de quererem que ela seja respeitada e passada. Mas essa frase exemplifica tudo o que quis dizer com ele:
ResponderExcluir"Volto a afirmar que o convencimento faz parte da índole natural humana, mas ele sempre deve ser feito por base em argumentações e não de imposições."
Antes de que alguém venha me atacar dizendo que sou um ateu e irei queimar no 'mármore' do inferno, acredito em deus, mas não em livros velhos, escrito por pessoas e ainda com erros de tradução muito questionáveis. Quero dizer que foi um excelente texto, bem escrito, com umas e outras ressalvas, mas nada que tire o brilho e a linha de raciocínio, continue assim... Em resposta ao outro anônimo, eu não gosto da ideia de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas isso é uma escolha delas, a unica coisa que eu posso fazer é desejar que sejam felizes, eu sei do que eu gosto, se o gosto da pessoas x não é o mesmo que o meu e ela mesmo assim me respeita, ela, tem igual direito ao respeito. São preconceitos tolos, causados por ideias ultrapassadas, que deixam as pessoas mais distantes do caminho 'correto'(se você pensa que vai pro céu demonstrando ser um santo para com as pessoas a sua volta e um monstro preconceituoso por dentro, esta bem enganado). Se mais pessoas pensassem dessa maneira, que de fato respeitando para serem respeitadas, o mundo seria melhor para se viver.
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