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17 de janeiro de 2012

O combate ao Crack e a Cracolândia.

A presidenta Dilma Roussef, durante o anúncio do programa.
O governo federal lançou um programa, com verba em torno de cinco bilhõesde reais, para atacar o consumo do crack em várias frentes: educação, segurançae saúde. A campanha visa levar informações sobre as drogas para quatro mil escolas do Brasil, por meio de policiais treinados e preparados para isso. Aomesmo tempo irá reforçar o apoio ao tratamento dos viciados na droga e atuarfortemente na luta contra o tráfico de crack.

O programa foi anunciado no último mês de 2011 e, coincidentemente, alguns dias antes do seu lançamento oficial, o governo de São Paulo iniciou a desocupação da cracolândia, que sofreu com alguns problemas, como divulgado pelo Guia Critica anteriormente. A desocupação da cracolândia foi considerada ilegal e passa por investigação promovida pelo Ministério público.

Estamos ainda a dois anos de uma eleição presidencial, em que, provavelmente, teremos o embate entre Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e Dilma Roussef.
Torna-se no mínimo suspeita, uma desocupação ocorrida sem nenhum aviso prévio e sem nenhuma consulta ao ministério público, havendo um confronto de poderes. Seria a ocupação apenas uma resposta do nosso governador ao programa promovido pelo governo federal, da nossa presidenta Dilma?

Se for isso mesmo, eu tenho que dizer que me sentiria enojado com esse tipo de política de Alckmin, envolvendo o sofrimento de pessoas para responder um projeto que tem a possibilidade de ter um amplo e bom funcionamento.

E agora, também, nos perguntamos até onde essa desocupação pode atrapalhar o tratamento de tais pessoas. Algumas ONG’s ligadas ao tratamento de viciados em crack afirmam que as ações do governo estadual colocaram fim ao trabalho que elas vinham fazendo nos últimos tempos, que teria que ser iniciado novamente.

E como o governo estadual espera combater o vício em crack? Prendendo um traficante, com apenas sua mercadoria para um dia, alarmando as 12 mil pedras de crack? Como vemos, sempre que um traficante cai, outro aparece para ocupar seu lugar, criando pouca ou nenhuma diferença para o usuário.

Eu acredito que o programa federal exibe muito mais a complexidade necessária para tratar deste tema do que o programa (???) estadual, que parece não exibir nenhum planejamento a longo prazo para enfrentar o vício e previnir a sociedade sobre os perigos que o crack carrega. O trafico e sua violência são sim um problema de segurança, mas a utilização é um problema de saúde e de educação, que pode funcionar como prevenção contra o início da utilização e para a possibilidade de tratamento.

Mas também necessitamos agir para mudar a realidade de grande parcela da população, que, mesmo conhecendo os problemas ocasionados por algumas drogas, encontram elas como alívio para as frustrações do seu dia-a-dia. E isso é um projeto a longo prazo, que não será possível apenas com a desocupação de certa área da cidade, que pode ocasionar um problema até maior, com as pessoas que a ocupavam agora vagando aleatoriamente por outras áreas da cidade.

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