Em uma universidade em Sorocaba, interior de São Paulo, trote exige que aluna simule sexo oral com uma banana |
O trote é considerado uma tradição nas faculdades e
universidades brasileiras. Tradição essa que não pode ser esquecida, segundo
defende alguns guardiões dessa tradição pelo Brasil.
Por vezes, as pessoas são colocadas em situações
degradantes, que vai contra o seu próprio conceito de dignidade. Mas por que
elas se sujeitam a essas situações, mesmo com o trote, na maioria dos casos,
não sendo algo obrigatório?
A aprovação no vestibular é um elemento de passagem
para o jovem. É quando ele sai do ambiente escolar, em que é considerado ainda
um adolescente, para adentrar o ambiente acadêmico, onde ele começa a se
observar como um adulto. É uma grande mudança comportamental e, como toda
mudança, as primeiras impressões são consideradas as chaves para o sucesso
nesse novo ambiente.
Avaliado isso, podemos presumir o que se passa na mente
de uma pessoa prestes a encarar o seu trote. Obviamente, alguns não costumam ver problemas nessas brincadeiras, não
sendo algo que afete essa pessoa ou seu conceito de dignidade. Mas para as
pessoas que se sentem afetadas por isso, esse trote é um momento de dúvidas e
medos.
Muitas vezes não é algo pelo que ela gostaria de
passar, mas esse jovem acaba se sujeitando a tais atitudes, pois o medo das taxações
decorrentes da rejeição do trote é imenso. Ela sente que estará chegando a um
novo ambiente, em uma mudança brusca da sua vida, e a primeira impressão
causada será a de que tal pessoa é “a chata ou frescurenta” que não respeita as tradições, mesmo que
essas sejam arcaicas.
Outro fator é o medo de que, após rejeitar a aplicação do
trote, a pessoa seja rejeitada pela nova comunidade que agora habita. O temor da
solidão nesse novo ambiente, que seria causada pela impressão de “chata” causada
pela negação, como explicado no parágrafo anterior.
Todos esses argumentos podem parecer fracos, quando
observados com um maior grau de análise. Mas vale frisar que, em um jovem
prestes a receber um trote, essa análise acaba ocorrendo em uma fração de
segundo. Certamente não sendo o tempo necessário para que ela perceba a
fragilidade de seus temores.
Além disso, o medo e o nervosismo desses momentos
prévios podem acabar por fragilizar a capacidade analítica desse jovem, sendo
outro fator determinante para a aceitação do trote degradante.
Tudo isso, apenas levando em consideração o trote
voluntário. Mas cabe lembrar que também existe o trote forçado, que tem uma
capacidade muito maior de ferir moral e psicologicamente a vítima, que,
sente-se acuada, em um ambiente desconhecido em que acaba ocorrendo um enfrentamento
com um grupo conciso de veteranos, já acostumados com o novo ambiente.
Atualmente, muitas faculdades têm recorrido ao trote
solidário como forma de manter essa tradição adaptada a realidade e
conhecimento atual, levando em consideração as novas formas e conceitos que a nossa
sociedade vem incorporando. A doação de sangue e trabalho voluntário surgem
como ótimos métodos alternativos ao velho trote.
Talvez os trotes leves, como a pintura de rosto e corpo,
ainda possam ocorrer em nosso tempo, tomando sempre o devido cuidado para
manter-se a integridade física e moral, além de se respeitar o conceito de
dignidade de cada um.
O trote violento e arcaico já não tem lugar em nossas
faculdades e universidade. Por muito tempo ele serviu como um ritual de passagem ao jovem, mas
era outra realidade. Uma realidade que ainda não possuía o conhecimento e conceitos que possuímos atualmente.
Como dizia o músico Humberto Genssinger, “Apenas a
mudança é permanente”. Chega-se ao momento de quebrar tradições antigas,
adaptando-as ao nosso tempo. A mudança faz-se necessária quando observamos
aquilo tudo que sabemos hoje sobre o comportamento e a dignidade humana.
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Que merda de post 1
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