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2 de maio de 2012

Homem forte, político omisso. Precisamos de um terceiro caminho.


O aperto de mãos entre políticos sempre me causa cala-frio

Um grande problema que ocorre na política brasileira é o excesso de política. Pode soar um pouco confuso, mas é algo visível. O caminho até chegar ao poder é tortuoso. A pessoa no meio disso, costuma comprar apoio político, utilizando promessas como moeda de troca e fica presa a essas promessas, por vezes atrapalhando a ascensão da nossa sociedade.

Muitas vezes ocorre com pessoas que admiramos, quando essas se relacionam com política. Vemos naquela pessoa um exemplo, alguém forte, que pode nos representar. Ele pode ser um líder sindical, um líder estudantil, um gerente de uma ONG ou qualquer outra coisa. Quando o vemos, depositamos nosso crédito na sua força e capacidade de lutar por nós.

Então essa pessoa recebe a sua chance na política. Filia-se a um partido qualquer, sabendo que já conquistou os votos necessários para chegar ao poder. Mas o que ocorre quando você lança um rato num ninho de cobras? Há duas alternativas óbvias, quando esse rato é apenas uma anedota relacionada ao comportamento humano. Ou o rato vai tentar fugir desesperadamente dessas cobras ou, no caso humano, seguir uma alternativa diferente, transformando-se, também, em uma cobra.

Na maior parte das vezes, a segunda alternativa é a que ocorre. Alguns poucos se distanciam da política, amedrontados pelas cobras. Mas ambas as situações são tristes e vergonhosas. Com isso, acabamos ficando travados em uma cultura política já ultrapassada e doente.

Quantas vezes não vemos aquela pessoa sensacional se transformar em um alguém omisso? Preso na velha imagem de político, evitando qualquer tipo de polêmica, por mais justa e necessária que ela pareça, com o intuito de manter sua imagem e tentar não correr o risco de perder votos já conquistados. Assim, perde-se a real finalidade de chegar ao poder, que é fazer algum tipo de diferença. A política brasileira necessita de personalidades fortes, que se apeguem a seus ideais, mesmo que isso signifique ir contra o eleitor e cause perda de votos.

Isso tudo é resultado da situação em que a política é vista no Brasil hoje. Altos salários e “status” de importância. A política passou a se aparentar muito mais com um cargo privado do que com um cargo público. O salário e a estabilidade viraram o principal objetivo. O poder, que deveria ser um instrumento dentro da democracia, torna-se apenas um mero objetivo pessoal.

Essa é uma realidade muito distante daquela sonhada por Aristóteles, que versava que o “homem é um animal político”. Os gregos tinham uma filosofia sólida sobre a divisão entre o Oikos e a Pólis, o privado e o público. A Pólis era a vida política, era onde eram tomadas as decisões públicas, enquanto o Oikos representava a vida particular do indivíduo e seus modos de se sustentar.

É uma divisão muito antiga, mas talvez altamente necessária hoje. Infelizmente apresenta alta dificuldade de ser implementada em um país sem consciência política. A divisão entre o Oikos e a Pólis traria ótimos benefícios a nossa sociedade, afastando a política do campo privado em que ela se apresenta hoje, para coloca-la novamente no campo público.

É algo complicado. Como disse antes, há duas alternativas para a sobrevivência do rato: fugir ou se transformar. Ambas são entristecedoras e vergonhosas.

Mas lembremos, então, que uma terceira alternativa sempre existe. Talvez seja a mais complicada entre todas as apresentadas, mas altamente necessária social e moralmente. O rato pode virar-se e enfrentar as cobras. Certamente representaria um suicídio, a não ser que esse rato tenha apoio. E é por isso que estamos aqui e necessitamos adquirir uma consciência política, mesmo sem interesse de ter uma participação ativa.

Reguffe, deputado federal pelo PDT-DF
Precisamos descobrir quais são esses pequenos ratos que ousam enfrentar as cobras e dar todo o apoio necessário a eles. Pessoas como o deputado federal José Antonio Reguffe, que ousou cortar os gastos do seu gabinete, inclusive rejeitando os salários extras, e economizou 4 milhões de reais em 4 anos, além de rejeitar a fidelidade partidária dos votos e apresentar visões individuais na hora de analisar um projeto. É uma iniciativa pioneira no país e vem enfrentando forte resistência de outros deputados que não veem com bons olhos as atitudes de Reguffe e ensaiam há anos uma pequena caça as bruxas contra o PDTista.

Apenas o apoio a esses pequenos ratos com coragem para enfrentar as cobras pode ajudar nosso país a crescer e se livrar das mazelas corruptas presentes na política.


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