Texto originalmente postado no Votorantim Online, escrito por Tiago da Guia.
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Nunca li ou pelo menos tenha
ouvido falar de algum candidato que descreveu seus atos e as situações vividas
no período eleitoral, por tanto convicto estou que se faz necessário um relato
para que a população saiba o que ocorre nos bastidores políticos.
Inicio, claramente, expressando
que não sou candidato nesse ano de 2012, assim não serei passível de críticas
pré- eleitoreiras. Já que um grande amigo me explicou minuciosamente as
indignações que passou nas trincheiras de uma disputa legislativa, resolvi
relatá-las aqui.
Desde os tempos de colégio ele
gostou de política, achava fascinantes as Revoluções Bolchevista, Francesa,
Cubana, além de toda história do Brasil Império até as “Diretas Já”, obvio que
ao atingir maioridade foi introduzido no contexto político da cidade de
Votorantim. Acreditando que poderia expressar toda sua indignação com a
política nacional, conhecer e conversar com todas as pessoas das diferentes
classes sociais, dissipar suas ideias e permitir uma renovação do Legislativo,
se candidatou a vereador. Fato que quase
o fez desistir de “lutar” por uma política mais justa no país, pois aquele
jovem de apenas 20 anos viu seus sonhos serem destruídos por cidadãos
corruptíveis e candidatos caluniadores e compradores de votos.
Naquela ingenuidade, jamais
imaginava que boa parte da população não se compromete politicamente e que
muitos candidatos são do nível mais obsoleto da escória humana. Indaguei-o porquê de tal amargura. E com um
ar abatido me revelou ter sido vítima de calunias das mais variadas, desde ser
um “mauricinho” inexperiente até de pegar dinheiro de Igrejas para fazer
campanha. Fiquei atônito com aquela demonstração fatídica por parte de outros
candidatos e o questionei sobre a população, para saber como o povo trata os
candidatos. Com um sorriso irônico fui nocauteado por uma resposta brutal e
desmotivante. Perplexo soube que boa parte dos eleitores votorantinenses não
confia em nenhum político, os julgam antes de os conhecerem, pensam que todos
só querem o salário de vereador e votam de acordo com o “favor” realizado pelo
candidato.
Pela amizade entre nós, já o
questionei sobre essas próximas eleições e obtive a seguinte resposta: “meu
caro, não me iludo mais com o cargo legislativo. Na verdade o legislativo é um
gasto público totalmente dispensável, que utiliza seus poderes para cunho
eleitoral durante os anos e não realiza suas tarefas com o objetivo proposito.
Nunca mais serei candidato a vereador. Busco objetivos maiores, onde realmente
eu possa ajudar a população”.
Esse breve bate papo me fez
fomentar algumas reflexões:
1º Política é uma antítese de
fatores simples. Se o candidato lhe faz “um favorzinho” ele é digno do seu
voto. Mas se ele estuda, dialoga francamente, não se corrompe e faz discursos
histórico-políticos, ele é taxado de arrogante e pretencioso. Eis o cenário que
me deparo na política votorantinense, um povo que se entrega por pouco e
posteriormente arca com as consequências.
2º Vereador não é assistente
social. Vereador não é distribuidor de Cesta Básica. Vereador não é entregador
de gás. Vereador não é leiteiro, carpinteiro ou motorista. Vereador NÃO PODE
usar tráfico de influências. Vereador não deve adiantar consultas médicas.
Então o que faz o vereador? O ocupante do cargo público de legislador deve,
além de fiscalizar o executivo, legislar, ou seja, formalizar, discutir,
estudar e aprovar leis. Leis que regem a cidade e podem prejudicar os munícipes
se mal formalizadas.
3º Vamos parar com essa
ignorância que todos são iguais, ninguém presta ou a política é suja. A
política é suja porque você quer, porque você se deixa corromper e porque você
não faz valer o poder do voto e do veto aos maus políticos.
4º Políticos de carreira são o
mal que afligem o cenário da política nacional. É preciso renovação e retirada
desses “predadores” coronéis com seu curral eleitoral.
5º Partido político é TUDO igual.
Não tem esquerda e nem direita. Está mais que provado que quem assume o poder
exerce de maneira igual. Ou vai dizer que a política das estrelas é diferente
da das aves ou das plantas? Única mudança no Brasil que notei foi a ampliação
dos programas que já existiam e a ampliação das corrupções que já existiam.
6º O eleitor precisa compreender
algo fundamental que deixo em negrito para ser lembrado nos próximos meses: se
o candidato cobra-lhe um favor ou de maneira ilegal “compra” seu voto, imagine
o que ele fará ao assumir o poder? Nem foi eleito e já utiliza de artimanhas
para se promover!
(...)
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Achei interessante isso, pois, mesmo sendo uma observação feita no município de Votorantim, interior de Sorocaba, parece ser algo frequente na política brasileira e em que devemos estar atenciosos, principalmente em ano eleitoral.
ate quando ficara essa vagabundagem ?????
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