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26 de abril de 2012

A POLÍTICA SUJA DE VOTORANTIM


Texto originalmente postado no Votorantim Online, escrito por Tiago da Guia.

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Nunca li ou pelo menos tenha ouvido falar de algum candidato que descreveu seus atos e as situações vividas no período eleitoral, por tanto convicto estou que se faz necessário um relato para que a população saiba o que ocorre nos bastidores políticos.

Inicio, claramente, expressando que não sou candidato nesse ano de 2012, assim não serei passível de críticas pré- eleitoreiras. Já que um grande amigo me explicou minuciosamente as indignações que passou nas trincheiras de uma disputa legislativa, resolvi relatá-las aqui.

Desde os tempos de colégio ele gostou de política, achava fascinantes as Revoluções Bolchevista, Francesa, Cubana, além de toda história do Brasil Império até as “Diretas Já”, obvio que ao atingir maioridade foi introduzido no contexto político da cidade de Votorantim. Acreditando que poderia expressar toda sua indignação com a política nacional, conhecer e conversar com todas as pessoas das diferentes classes sociais, dissipar suas ideias e permitir uma renovação do Legislativo, se candidatou a vereador.  Fato que quase o fez desistir de “lutar” por uma política mais justa no país, pois aquele jovem de apenas 20 anos viu seus sonhos serem destruídos por cidadãos corruptíveis e candidatos caluniadores e compradores de votos.


Naquela ingenuidade, jamais imaginava que boa parte da população não se compromete politicamente e que muitos candidatos são do nível mais obsoleto da escória humana.  Indaguei-o porquê de tal amargura. E com um ar abatido me revelou ter sido vítima de calunias das mais variadas, desde ser um “mauricinho” inexperiente até de pegar dinheiro de Igrejas para fazer campanha. Fiquei atônito com aquela demonstração fatídica por parte de outros candidatos e o questionei sobre a população, para saber como o povo trata os candidatos. Com um sorriso irônico fui nocauteado por uma resposta brutal e desmotivante. Perplexo soube que boa parte dos eleitores votorantinenses não confia em nenhum político, os julgam antes de os conhecerem, pensam que todos só querem o salário de vereador e votam de acordo com o “favor” realizado pelo candidato.

Pela amizade entre nós, já o questionei sobre essas próximas eleições e obtive a seguinte resposta: “meu caro, não me iludo mais com o cargo legislativo. Na verdade o legislativo é um gasto público totalmente dispensável, que utiliza seus poderes para cunho eleitoral durante os anos e não realiza suas tarefas com o objetivo proposito. Nunca mais serei candidato a vereador. Busco objetivos maiores, onde realmente eu possa ajudar a população”.

Esse breve bate papo me fez fomentar algumas reflexões:

1º Política é uma antítese de fatores simples. Se o candidato lhe faz “um favorzinho” ele é digno do seu voto. Mas se ele estuda, dialoga francamente, não se corrompe e faz discursos histórico-políticos, ele é taxado de arrogante e pretencioso. Eis o cenário que me deparo na política votorantinense, um povo que se entrega por pouco e posteriormente arca com as consequências.

2º Vereador não é assistente social. Vereador não é distribuidor de Cesta Básica. Vereador não é entregador de gás. Vereador não é leiteiro, carpinteiro ou motorista. Vereador NÃO PODE usar tráfico de influências. Vereador não deve adiantar consultas médicas. Então o que faz o vereador? O ocupante do cargo público de legislador deve, além de fiscalizar o executivo, legislar, ou seja, formalizar, discutir, estudar e aprovar leis. Leis que regem a cidade e podem prejudicar os munícipes se mal formalizadas.

3º Vamos parar com essa ignorância que todos são iguais, ninguém presta ou a política é suja. A política é suja porque você quer, porque você se deixa corromper e porque você não faz valer o poder do voto e do veto aos maus políticos.

4º Políticos de carreira são o mal que afligem o cenário da política nacional. É preciso renovação e retirada desses “predadores” coronéis com seu curral eleitoral.

5º Partido político é TUDO igual. Não tem esquerda e nem direita. Está mais que provado que quem assume o poder exerce de maneira igual. Ou vai dizer que a política das estrelas é diferente da das aves ou das plantas? Única mudança no Brasil que notei foi a ampliação dos programas que já existiam e a ampliação das corrupções que já existiam.

6º O eleitor precisa compreender algo fundamental que deixo em negrito para ser lembrado nos próximos meses: se o candidato cobra-lhe um favor ou de maneira ilegal “compra” seu voto, imagine o que ele fará ao assumir o poder? Nem foi eleito e já utiliza de artimanhas para se promover!

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Achei interessante isso, pois, mesmo sendo uma observação feita no município de Votorantim, interior de Sorocaba, parece ser algo frequente na política brasileira e em que devemos estar atenciosos, principalmente em ano eleitoral.

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