O trabalho escravo ainda é um grande problema no país, arrastando-se principalmente pelas nossas regiões periféricas como um dos maiores problemas sociais ainda existentes. O trabalho dos nossos "representantes" (Se é que podemos chamá-los assim, mesmo percebendo que alguns representam apenas eles mesmos), deveriam zelar pelo bem estar social, lutando contra várias mazelas, sendo o trabalho escravo apenas uma dessas mazelas.
Então me deparo com essa notícia da Folha:
"Em sessão nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 7 votos a 3, que o senador João Ribeiro (PR-TO) será réu em um processo que irá investigar as acusações de que tenha empregado 35 trabalhadores em regime de escravidão.
O Supremo aceitou denúncia do Ministério Público que, entre outros, acusa o senador dos crimes de redução à condição análoga à de escravo, aliciamento de menor e submissão a condições degradantes de trabalho em uma fazenda de sua propriedade no município de Piçarra, interior do Pará.
De acordo com a Procuradoria, os trabalhadores não tinham acesso a água potável e luz, trabalhavam aos finais de semana e em jornadas acima de 12 horas diárias, dormiam em chão de terra e não tinham liberdade de locomoção.
A denúncia afirma ainda que os trabalhadores tinham que comprar a comida e instrumentos de trabalho na fazenda, o que implicava em escravidão por dívidas."
É revoltando que um desses nossos "representantes" apresente esse tipo de conduta com outro ser humano. Uma postura covarde contra aqueles que necessitam de seu trabalho como senador, para vencer as mazelas que a vida interpõe em seus caminhos.
Então vemos a nossa justiça, encarnado pelos nossos excelentíssimos Ministros da Justiça apresentarem um argumento em defesa desse tal senador, como também escrito pela própria Folha:
"Na sessão plenária de hoje, os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Marco Aurélio votaram pela rejeição da denúncia, afirmando que as condições a que eram submetidos os trabalhadores, apesar de degradantes, não configuravam o regime de escravidão. Segundo os ministros, não ficou provado que tenha havido restrição de liberdade
"Se for dada à vítima a liberdade de abandonar o trabalho e rejeitar as condições supostamente degradantes, não é razoável pensar em crime de redução à condição análoga ao trabalho escravo", afirmou Mendes.
O ministro afirmou que muitas das condições degradantes mencionadas na denúncia são problemas comuns do trabalho rural, e não necessariamente trabalho escravo."
Quanta consideração proveniente dos nossos ilustres ministros, não?
Infelizmente o trabalho escravo é um crime pouco penalizado no Brasil. Provavelmente será aplicada uma multa ao senador e suas fazenda será colocada em alguma lista - de pouca visibilidade - de pessoas jurídicas que praticaram esse tipo de trabalho. Isso SE ele for condenado.
Triste situação.
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